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sábado, 16 de outubro de 2010

PEDRA DO SAL

  

Pedra do Sal – neste lugar Donga, Pixinguinha, João da Baiana e outros grandes compositores faziam suas reuniões no início do século passado.
Lugar histórico do Bairro da Saúde ao lado do porto do Rio de Janeiro com seu mercado de escravos e onde eles recuperados fisicamente (engorda) antes de serem vendidos na época da EScravidão.
Local também onde durante anos era descarregado o sal para abastecer a capital e que originou o nome.
A Pedra do Sal é uma grande formação de granito onde foram esculpidas escadas para o Morro da Conceição.
A Pedra do Sal é tombada como Patrimônio Cultural.
Donga é o compositor do primeiro samba gravado “Pelo Telefone”.

Dali, os moradores da Saúde saudavam os navios que chegavam da Bahia com familiares e amigos. A Pedra do Sal era, para migrantes, o que é hoje o Cristo Redentor para os recém-chegados ao Rio: O primeiro abraço e o primeiro sentimento da cidade.
Ocorre que os moradores da Saúde, e seus migrantes, eram predominante negros baianos – retornados da Guerra do Paraguai (1865/70), uns; em busca de melhores condições de vida, outros. A Saúde, debruçada sobre o Porto, era uma pequena Bahia (como a Bahia, por sua vez, era uma pequena África).
Lá se encontraram as celebres tias, cabeças de famílias extensas – Bibiana, Marcelina, Ciata, Bahiana… Pretas forras. Foi nas suas “pensões” que o batuque e o jongo se transformaram em partido alto e, logo, no amplo espaço da Praça Onze, no samba que conhecemos.
Os pretos da Saúde, e suas tias, participaram dos principais eventos da cidade: Abolição (1888), Revolta da Armada (1891/93), as greves de 1903/05, a Revolta Contra a Chibata (1910), e outros. Participação amplamente documentada, embora subestimada pela historiografia conservadora.
Já não existe a Praça Onze. Nada sobrou das “pensões” onde nasceu o samba. Boa parte da Saúde (e da Gamboa, da Conceição, Providência e do Estácio, que a prolongavam) se descaracterizou. Ficou como raro testemunho da cidade negra, a Pedra do Sal.



O Samba nasceu efetivamente dos terreiros da região portuária sob contribuições decisivas das músicas que eram cantadas e, sobretudo, das reuniões ali promovidas. Tendo a cidade sido durante muito tempo o foco das migrações internas do Brasil, o samba beneficiou-se dessa fusão que absorveu durante anos características importantes das manifestações culturais trazidas pelos negros e daqueles nascidos em terras brasileiras como resultado das contribuições africanas, indígenas e portuguesas. Por isso a Saúde é reconhecida como berço da cultura popular carioca



Dos moradores do lugar destacam-se Machado de Assis, um dos maiores escritores brasileiros, nascido no morro do Livramento e João da Baiana, compositor e percussionista carioca, introdutor do pandeiro no samba.
Nas décadas de 20 e 30, os ranchos de carnaval atingiram o auge. Deixaram de ser a manifestação popular da Pedra do Sal e passaram a fazer sucesso nas camadas mais altas da sociedade

Foram em bairros como Saúde, Gamboa, Providência e Santo Cristo, que também se originou e se definiu o botequim. O gênero surgiu a partir das antigas "botecas"- pequenos armazéns de secos e molhados em que se encontrava de tudo. Os cariocas costumavam passar pelas "botequinhas" para completar as compras que faziam nas feiras, e aproveitavam para degustar alguns tira-gostos, acompanhados de um vinho. Sem ser restaurantes, essas casas, uma mistura de armazém e bar, criaram um estilo que sobrevive em todo o país, com alguns exemplares autênticos remanescentes dos velhos tempo.


Embora situados a muito poucos minutos do burburinho da Praça Mauá, da Central do Brasil e da Avenida Rio Branco, um dos maiores eixos de circulação do centro da cidade do Rio de Janeiro, os bairros da Saúde, Gamboa, Providência e Santo Cristo refletem, pela vida de sua população, uma significativa distância comportamental do restante da cidade, revelada em hábitos, padrões de comportamento e formas de uso do espaço público não mais encontrados no restante da cidade. A imagem cultural do local é preservada e transmitida pela permanência das festas coletivas, das cadeiras nas calçadas e das conversas nos fins de tarde.

O reconhecimento da Pedra do Sal como patrimônio cultural do Estado do Rio de Janeiro e o seu conseqüente tombamento permite que se compreenda que este local tem herança cultural ancestral de grande importância para a cultura negra carioca que lá, hoje, fez despontar todo encanto e magia da Cidade do Samba e do carnaval do Rio de Janeiro.


A roda que acontece toda segunda na Pedra do Sal é uma das melhores da cidade, atualmente. A Pedra é aquele lugar histórico e agradabilíssimo aos pés do Morro da Conceição, na Gamboa. O samba é comandado pelo grupo Batuque na Cozinha, liderado pelo percussionista e gente-boa André Pressão. O espaço é democrático, sempre chegam músicos e compositores para tocar e cantar. O som é acústico. Bacana que eles abrem espaço para as pessoas cantarem músicas de sua própria autoria.







O samba começa às 18 horas, mas a partir das 16 horas já é servido um PF no Bodega do Sal, boteco ao lado da roda. Pode ser carne assada com macarrão, rabada... Depende do dia. O boteco é daqueles da antiga, com mesas de madeira escura e cervejas de garrafa.

A música costumava acabar às 22 horas, mas está tudo tão animado e gostoso que pode ir até as 23h.

Como chegar: fácil. Não tem o Largo São Francisco da Prainha, onde tem a roda dos Escravos da Mauá? Então, pegue a rua à esquerda do Largo (rua, não o beco), siga em frente e vire à esquerda.

Se chover o samba rola, porque agora eles têm um toldo.

Ei, estreou às quartas no mesmo local uma outra roda, focada em sambas inéditos e comandada por compositores como Raul Dicaprio, Anderson Baiaco e Wantuir.


Fotografias: Netto
Links: vídeos diversos da Pedra do Sal no YouTube
Texto fonte: blogs diversos

BAR DO ARNAUDO - Santa Teresa


O Bar do Arnaudo (com "u" mesmo) é uma espécie de embaixada nordestina no bairro de Santa Teresa, no Rio. O lugar é apertadinho e aconchegante, os garçons são gente boa, o clima é de descontração total e, é claro, a comida é farta e não tem preços abusivos.
Tá tudo lá: tem carne-de-sol com aipim, mantega-de-garrafa, feijão-de-corda, cachaça de alambique e aquela pimentinha! Eu que não sou muito chegado em temperos fortes me aventurei em grande estilo experimentando essas porções. Se você estiver em boa companhia então... o programa fica melhor ainda com a combinação de cerveja + pestiscos + amigos + cachaça. Você até esquece que está no Rio de Janeiro.


Ainda quero voltar lá pra provar os pratos, pois na estréia eu  e Laura (minha companheira de aventuras gastronômicas e etílicas) ficamos só nos bilisquetes que garanto, não pesam tanto no bolso e enchem o estômago com tanta categoria quanto a de um prato principal.
Enfim, o que eu achei mais legal é que o Bar do Arnaudo não é daqueles lugares temáticos que vendem um "Nordeste chique" ou um "pé limpo". É um bar de verdade! Simples, sem luxo, mas com muito charme. Tem aquela aura de botequim carioca, mas com tempero forte do norte.


Para que seja realmente prazeiroso, recomendo que vc prepare antes a atmosfera.E nada melhor do que ir até lá de bondinho.É extremamente charmoso e barato (60 centavos, imagine só).Em meio ao saculejo do veículo, a gente tem a oportunidade de interagir com os passageiros, muitos deles de outros estado ou paises, também maravilhados com a beleza do Rio vista lá de cima.É realmente uma delícia.Entramos numa espécie de cápsula do tempo, onde somos levados à década de 60.O casario antigo de Santa Teresa ajuda  a compor o cenário.


Bom aí vc opta, ou faz o trajeto todo e na volta pede para parar em frente ao bar propriamente dito (eu fiz isso) ou já vai direto pra lá, sem escalas.É um passeio bem rápido.
Chegando lá vc é brindado com um visual típico de um bar simples, porém respeitabilíssimo.O atendimento também é maravilhoso.



No dia que escolhemos (um meio de semana às 4 da tarde) não estava nada cheio, de forma que pudemos saborear também o lugar em si, sua decoração (com quadros do artista chileno Selarón, uma figura mítica local) e não tivemos dúvida: entre as várias marcas de cachacinhas nordestinas, pedimos uma Olho Dágua pra " abrir os caminhos", pois o que viria a partir dali seria digno de nota. Logicamente que acompanhado de uma generosa porção de torresmos e uma cevejota super gelada!!


 A partir daí foi aquele tiro em qualquer dieta, pois o lugar tem de um tudo pra fazer a alma de qualquer cristão se render á tentação da gula.E foi o que fizemos.Pedimos o que os olhos (muito mais que o estômago) ditava. E veio carne de sol com linguiça e aipim, farofa de abóbora (e tome-lhe cachaça Serra Grande, Marimbondo, Muricy...) e mais tanta coisa, que duas mesas acabaram sendo pouco.A comida ali é realmente farta, portanto muito cuidado.Meia porção de qualquer coisa dá pra dois tranquilamente


Comemos muito, muito mesmo.E a "lombra" depois?? Gente, eu quase que "capoto" por ali mesmo.Aliás fica aqui uma sugestão para o local : ampliar o bar e criar um espaço com redes para os clientes, pois o negócio é realmente muito sério.Dá só uma olhada no semblante desse taciturno missivista após prazeirosos momentos de fausto grastonômico naquele sagrado templo de convivência:


Porém, nenhuma casa que se preza abre mão do atendimento.E nesse quesito o Bar do Arnaudo faz toda a diferença.Fomos muito bem atendidos pelo Sr. Marcone, que de uma forma avassaladoramente simpática, foi nos seduzindo a bebericar mais uma cachacinha, um beliskétezinho...é simplesmente impossível dizer NÃO a sua maneira brincalhona, discreta e envolvente de atender.Tanto que eu, cartunista e caricaturista que sou, não poderia sair dali sem deixar para nosso "mestre de cerimônias" uma lembrança que marcasse nossa passagem e registrasse o quão satisfeito ficamos por ter escolhido aquele local para uma visita.
Aqui está o registro:


Então fica aqui a dica para vocês, que após essa narrativa, ficaram com vontade de conhecer  (ou voltar ) esse lugar maravilhoso. Lá você será sempre bem-vindo, bem recebido e bem atendido !!



O Bar do Arnaudo fica no seguinte endereço:

R. Almirante Alexandrino, 316, loja B, Santa Teresa.
Telefone: 22100817 e 22229476
Horário: 12h às 23h (seg. até 18h; sáb. e dom. até 20h 30min)

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